A mente é uma substância homogénea. É mais profunda, mais ampla e maior do que qualquer coisa. Na psicologia moderna, a mente tem sido classificada em três estados: consciente, subconsciente e inconsciente. Na filosofia Samkhya eles são conhecidos como sthula, sukshma e karana, que significa denso, subtil e causal. Daqui podemos entender que a mente tem várias dimensões e modos de perceção. A nossa perceção normal é apenas uma manifestação da mente.

Quando a mente depende dos cinco sentidos para a perceção, é conhecida como mente densa. Por exemplo, somos capazes de ouvir através dos ouvidos ou ver através dos olhos. A este nível, a mente não é independente. Se nós não tivermos olhos, não podemos ver; se formos surdos, não podemos ouvir. Estamos limitados. A perceção da mente está confinada à capacidade dos sentidos. O conhecimento não é possível na mente densa se os sentidos não fornecerem as informações.

De modo a superar esta limitação, os yogis descobriram como expandir as capacidades da mente independentemente das experiências sensoriais. Isto significa que a mente pode ver sem olhos, saborear sem a língua, ouvir sem ouvidos, cheirar sem nariz, e mover-se sem membros. A mente tem dentro de si a capacidade de perceção e cognição, mas a maioria das pessoas não são capazes de a desenvolver.

Se há nuvens no céu, a mente percebe que vai chover. Mas a mente intuitiva de alguma forma, sabe que vai chover mesmo não havendo nuvens no céu. Aqui, o conhecimento da mente não é dependente de fontes externas. Quando o conhecimento é conseguido sem qualquer evidência, base ou hipótese, esse conhecimento é intuitivo. As técnicas do yoga visam desenvolver essa capacidade intuitiva e ao longo do processo vão trabalhando a mente em todas as suas dimensões, levando eventualmente a um estado de completa independência.